Adobe Summit: o fator humano na transformação digital dos negócios

Ao lado de marcas como Mercedes-Benz e Samsung, CEO da Adobe, Shantanu Narayen (foto), mostra importância de tratar dados como reflexo mais fiel de comportamento das pessoas

Tão importante quanto a adoção de tecnologia, está o engajamento das pessoas na transformação digital dos negócios. Esse foi o tom do Adobe Summit, que termina nesta quinta-feira, 29, em Las Vegas. Mais de 13 mil profissionais de marketing de todo o mundo passaram pela conferência desde a última segunda-feira para conhecer inovações nas plataformas de marketing cloud da Adobe, que reforçou seu posicionamento focado em experience business e ampliou esse conceito para experience makers – os “fazedores” que permitem a experiência acontecer.

Assim como ocorreu em outros grandes eventos de inovação deste ano – Mobile World Congress e South by Southwest – o Adobe Summit colocou luz sobre o fator humano nos desafios inerentes à gestão de negócios hoje. “É preciso tratar dados com foco no perfil dos consumidores. É preciso olhar para algoritmos como reflexo das pessoas”, disse Brad Rencher, vice-presidente executivo da Adobe.

Nesse sentido, a Mercedes-Benz mostrou por que deixará de ser apenas uma montadora para se tornar uma plataforma de mobilidade voltada para a sociedade. “Não adianta analisar montanhas de dados se não utilizarmos isso para criar experiências para os consumidores. Nosso negócio não será sobre vender carros. Será sobre mobilidade para pessoas que vivem em cidades cada vez mais desafiadoras”, contou Natanael Sijanta, diretor de marketing e comunicação da empresa.

A provocação da montadora encontra eco no chamamento feito pelo CEO da Adobe, Shantanu Narayen, na abertura da conferência. “Antes, os produtos eram o que diferenciava uma marca da outra, mas não são mais. Para cada experiência positiva criada, há várias experiências ruins, que podem danificar o seu negócio. As pessoas compram experiências, não produtos”, cravou.

E é justamente para melhorar a experiência dos consumidores com a marca que a Samsung encara o desafio de integrar diferentes base de dados para unificar o atendimento ao cliente. “Nosso objetivo é tratar da mesma forma quem busca o smartphone ou a televisão. Hoje, os repositórios de dados são diferentes e não se conversam, mas a transição está acontecendo para abordarmos da mesma forma esse consumidor, independentemente do canal”, revelou Jesse Laskaris, head de dados e plataformas de marketing da empresa coreana.

Não por acaso, a Adobe lançou durante o Summit o Experience Profile, serviço criado para unificar dados de cada cliente, seja qual for sua origem. Tudo isso viável graças à capacidade robusta de análise e otimização do programa de inteligência artificial Sensei, lançado pela Adobe há três anos e com evolução exponencial. “Além de colocar todos os dados em uma caixa única, é preciso criar um sentido para essas informações”, disse Rencher.

Se as marcas devem tratar clientes como protagonistas em todos os pontos de contato, dentro das companhias os talentos também precisam assumir esse papel. Para inspirar o protagonismo nas empresas a partir da história de fazedores natos, a Adobe convocou para o Summit o empreendedor serial e CEO do Virgin Group, Richard Branson, o jogador da NFL JJ Watt, além do CEO da Nvidia, Jensen Huang. Em comum ao discurso dos três, a incrível capacidade de liderar mudanças a partir de crenças e vocações para impactar e transformar o mundo.

Nesse contexto, a Adobe também apresentou a Experience League, programa digital de capacitação de clientes com materiais de treinamento, suporte com especialistas e capacidade de se conectar com outros profissionais para compartilhar experiências.

Com a inteligência artificial do Sensei otimizando boa parte do trabalho manual de profissionais de criatividade e marketing, como vimos aqui em Las Vegas nos últimos dias, a capacitação das pessoas para funções estratégicas se torna crucial não somente para a transformação digital das empresas, mas principalmente para a ressignificação dos próprios makers.