Aceleração digital move farmacêutica Sanofi no Brasil

Líder do processo de transformação digital na empresa de saúde, Gabriela Monteiro (foto) comenta os desafios da inovação no setor

Sanofi é uma das maiores indústrias farmacêutica e de saúde do mundo. De origem francesa, a empresa tem mais de 100 mil colaboradores em 100 países, entre eles, o Brasil. Para a diretora de aceleração digital da companhia no País, Gabriela Monteiro, um dos maiores desafios de uma gigante como esta é acompanhar a nova jornada do cliente. Nesta entrevista, Gabriela fala da intersecção entre marketing e tecnologia e da responsabilidade no tratamento de dados e nos processos de inovação.

Como acompanhar a jornada do cliente de uma indústria farmacêutica?

 É um desafio que resolvemos com inteligência de dados. A partir de insightscaptados com o uso de ferramentas de analytics, podemos traçar estratégias de campanhas e de gerenciamento de conteúdo para os clientes de forma mais assertiva. No caso da Sanofi, a abordagem é diferente para pacientes e médicos. São os insights captados com análises de dados que nos permitem desenhar uma jornada adequada a cada um deles.

Como fazer com que a mensagem correta chegue ao público ao longo dessa jornada?

 Primeiro, com relevância das nossas mensagens. Perseguimos essa relevância em tudo que fazemos e essa deve ser uma premissa de qualquer empresa. Nosso objetivo é alcançar o maior número de médicos e, para isso, nossos promotores físicos no Brasil passarão a contar com ferramentas digitais de apoio em vídeo e outras mídias. Com o uso de plataformas de gerenciamento de campanhas, estamos construindo uma ampla base de dados de pacientes e médicos. Com isso, vamos entender cada vez mais e melhor o comportamento dos nossos públicos para traçar uma jornada que possa impactá-lo em diferentes canais.

A indústria farmacêutica é muito regulada. Isso traz muitos desafios para o marketing?

 Traz, mas não impede que façamos um marketing inovador. Temos a responsabilidade de seguir a regulamentação em todo o mundo e isso faz parte do nosso setor. Lidamos com vidas. É importante que haja regulamentação. Ao mesmo tempo, construímos relações com responsabilidade, a partir do tratamento ético e correto dos dados dos nossos clientes, com inovação no desenvolvimento de produtos e a tecnologia é aliada nesse processo.

Você lidera uma área de aceleração digital. Na prática, como isso acontece?

Com a intersecção entre tecnologia e marketing que nos permite conhecer mais e melhor nossos públicos. Temos uma orientação muito clara em tudo que fazemos que é o nosso cliente. Em nossa estratégia de telas, por exemplo, não falamos em mobile first. Falamos em user firste construímos a melhor experiência possível para o cliente caso o acesso ocorra via desktop ou mobile. Uma coisa complementa a outra. A aceleração digital permeia isso tudo e integra ferramentas, áreas e diferentes perfis de profissionais.

Na sua visão, e a partir dessa intersecção entre marketing e tecnologia, qual é o futuro da área?

Acredito que o marketing será cada vez mais cooperado. Ou seja, as pessoas vão fazer o marketing para sua marca. Mas uma empresa só consegue isso se engajar com sustentabilidade toda a sua cadeia. Acredito no marketing do bem, mas não só como palavra. Acredito que as empresas vão se organizar com causas de impacto social e menos com o marketing da marca fala e as pessoas ouvem. É um marketing engajado com alicerces que levante a bandeira do client centric.

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Entrevista produzida e publicada inicialmente para o CMO.com.