Publicidade no metaverso: é hora de explorar esse ambiente, ainda que com cautela

Setor enfrenta o desafio da escala, mas começa a atrair experimentos e investimentos de marcas, principalmente nos games

Apesar de todo o hype, a maioria das empresas ainda são cautelosas no que se refere ao metaverso, um ambiente tão novo e inexplorado quanto eram as redes sociais 20 anos atrás. Ainda assim, as previsões são ambiciosas: em 2026, 25% da população deve passar pelo menos uma hora por dia no metaverso, para trabalhar, estudar, fazer compras ou se divertir; em 2030, esse mercado deve movimentar US$ 5 trilhões (com base em dadas da Gartner e da McKinsey).

Essa é uma das tendências que apontamos no white paper Marketing Insights 2023, projeto proprietário da GoAd Media que apura e analisa áreas e movimentos que deverão moldar a agenda do marketing e de seus profissionais ao longo do ano. Com oferecimento do UOL e apoio da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), o projeto conta, ainda, com os formatos de palestra in company e webinar, que podem ser contratados sob demanda.

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A futurista Amy Webb, fundadora do Future Today Institute, reforça que o metaverso representará, sim, uma evolução da internet. Mas alerta que ainda temos um longo caminho pela frente até que esse ecossistema faça sentido em escala e para uma quantidade significativa de pessoas. “Pensar no longo prazo aqui requer o envolvimento de governos, empresas e organizações que possam investir para que o metaverso faça algum sentido”, afirma Webb.

Explorando o formato NFT, a Under Armour criou um tênis que pode ser usado em quatro diferentes metaversos, algo ainda inédito.

Embora o marketing no metaverso ainda esteja em uma fase bem inicial, a Bloomberg mostrou que empresas dos mais diversos setores já estão criando o cargo de chief metaverse officer (nem sempre com esse exato nome, mas com foco nessa área). É o caso, por exemplo, da LVMH, da P&G e da Telefonica. Esse profissional transita com propriedade tanto por tecnologias imersivas como por marketing e vendas.

Para o setor financeiro, o metaverso é prioridade, e as ações nas plataformas vão se multiplicar para além dos games – ambientes que, por enquanto, têm atraído a maioria das iniciativas nesse campo. “Conforme a jornada dos consumidores vai mudando, precisamos acompanhá-los. Por isso, continuaremos promovendo ações em diferentes ambientes, como o metaverso, que une o digital e o real”, afirma Sarah Buchwitz, vice-presidente de marketing e comunicação da Mastercard.

A Mastercard montou a Mastercard Pride Plaza na plataforma virtual Decentraland, ponto de encontro para celebrar a diversidade e inclusão. O local foi palco de shows, conferências e venda de acessórios em formato NFT.

Outra instituição que está atenta às possibilidades do metaverso é o Bradesco. “Para nós do marketing, 2023 será um ano hiperfocado nisso, em como vamos usar o metaverso para que seja uma frente que viabilize negócios e retorno financeiro”, diz Glaucimar Peticov, diretora-executiva de marketing do Bradesco.

Apesar de haver oportunidades interessantes a serem exploradas nesse ambiente, o consultor Marcelo Tripoli, fundador e CEO da Zmes, recomenda tratar esse tema como um cenário para experimentações, sem figurar entre as prioridades do marketing, pelo menos por enquanto. “Nesse momento, acho que é uma distração se concentrar no metaverso. As tecnologias emergentes relacionadas a esse ecossistema (como Web3, NFTs, criptomoedas etc.) podem se tornar bastante relevantes em algum ponto, mas não devem ser prioridade na agenda dos executivos em 2023. Ainda estamos num early-stage”, afirma Tripoli.

Além do White Paper, a GoAd oferece o Marketing Insights 2023 em formatos In Company e Webinar.

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