Bradesco: promover boas experiências vale tanto quanto ter um bom produto

Gerar conexões e, com isso, melhorar os negócios deve ser prioridade para as empresas, diz Luca Cavalcanti, diretor de canais digitais do banco

Bons produtos e serviços não bastam para satisfazer os consumidores de hoje. Cada vez mais exigentes, eles querem ter experiências boas e totalmente personalizadas, que estejam adequadas ao seu comportamento, suas preferências e seu momento de vida.

Isso, claro, faz com que as empresas tenham pela frente o enorme desafio de transformar toneladas de gigabytes de dados em iniciativas atraentes e personalizadas em todos os elos de relação que têm com seus clientes, desde os sites e aplicativos móveis até o varejo, como mostramos nesta entrevista com Luca Cavalcanti, diretor de canais digitais do Bradesco.

A abordagem ao cliente mudou completamente nos últimos anos. Na sua visão, o que rege essa abordagem hoje?
Na abordagem tradicional, o vendedor precisava demonstrar o carisma e a credibilidade para vender e, depois, engajar ou fidelizar o cliente. Agora, tudo mudou. Hoje, no universo digital, precisamos criar primeiro uma experiência atrativa, suportada por inteligência do negócio e estudo de comportamento, para, só então, vender de forma personalizada e criar conexões.

Na prática, como o Bradesco lida com essa mudança?
Temos desenvolvido uma camada de integração dinâmica de produtos e serviços que possibilita criar e conectar aplicações com velocidade e eficiência para entregar uma experiência melhor para os seus clientes. Estamos trabalhando para expandir e integrar nosso ecossistema de soluções digitais rumo ao omnichannel. Com os canais digitais integrados e capazes de personalizar o atendimento nos pontos de contato dos clientes com o banco, cada oferta de produto ou serviço está baseada em um modelo de propensão, que leva em consideração toda e qualquer informação que ajude a compor o momento de vida do cliente.

Plataformas e ferramentas tecnológicas são fundamentais nesse processo, correto?
Sem dúvida. Isso só é possível por meio das tecnologias disponíveis no mercado e ferramentas internas, além do trabalho em conjunto com nosso CRM. A consequência desse modelo é um público que se relaciona com as empresas de um jeito agradável e por meios que façam sentido em seu cotidiano, estabelecendo uma conexão mais forte e duradoura.

Qual é o papel do mobile nesse cenário?
 Visivelmente mobile vem fazendo cada vez mais sentido nesse relacionamento. Não é de se estranhar, já que as pessoas estão cada vez mais conectadas, carregando e usando seus celulares a qualquer hora e em qualquer lugar. Muitas vezes, esses aparelhos já são a principal interface de contato entre consumidores e empresas e a sua pertinência vem crescendo exponencialmente.

Em 2008, apenas 1% das transações do Bradesco eram feitas pelo smartphone. Hoje, temos mais de 8 milhões de usuários ativos do Bradesco Celular, que a cada mês realizam 400 milhões de transações pelo canal mobile.

Qual é hoje o maior desafio de relacionamento com os clientes no digital?
A integração de canais, já que esse cliente se move e está muito presente nas redes sociais. Além do mobile, investimos nas redes sociais como meio de interação. É importante que as empresas tenham uma equipe própria, especializada em mídias sociais e oriunda de suas centrais de atendimento. O objetivo desse trabalho é ‘blindar’ o banco contra crises que possam se iniciar, além de ampliar a comunicação de produtos, serviços, canais e marca e fomentar esse universo de novos publishers que se conectam de forma verdadeira com as pessoas.

Entrevista produzida pela equipe GoAd e originalmente publicada no CMO.com.