Hey, marcas, procurando uma causa? Que tal a inclusão de minorias pelo esporte?

O melhor da Olimpíada para o Rio de Janeiro e o País ainda pode estar por vir - e as empresas mais inteligentes e sensíveis saberão apoiar esse caminho

A abertura com Gisele, Caetano e Gil foi um sucesso, o andamento segue sem grandes contratempos e o fechamento caminha para uma Olimpíada brasileira cercada de obstáculos – muitos deles superados, outros incompletos. No entanto, experimentar os Jogos Olímpicos Rio 2016 e tudo que a atmosfera do evento proporciona provoca uma sensação de que, apesar da lista interminável de problemas que nos cercam, podemos dar certo.

Viver a Olimpíada é sentir, na prática, a união de culturas e diversidade em torno do esporte, na cidade que não superou e nem abafou todos os seus problemas para receber o evento, mas tem se esforçado para cumprir a missão conquistada.

A despeito do noticiário negativo que precedeu a Rio 2016, a imprensa internacional tem, aos poucos, cedido ao lado bom do que acontece no País. Reportagens exaltam “o jeito alegre do brasileiro de torcer” e as boas soluções para problemas de mobilidade urbana.

Aos olhos mais atentos, fica uma mensagem importante que precisa de apoio para se tornar verdade: por vários motivos, mais do que qualquer outra, a Olimpíada do Rio reforça o caminho viável para a inclusão de minorias formadas por negros, mulheres, refugiados e uma população enorme marginalizada pela cor da pele, da condição social, da raça ou da orientação sexual, e que pode encontrar um futuro melhor e mais justo por meio do esporte.

Depende de política, obviamente, mas é um processo que pode ser acelerado com o apoio das empresas. Patrocinadora oficial do evento, a Samsung reforça em sua comunicação em torno dos Jogos iniciativas de apoio ao esporte, especialmente em comunidades isoladas e menos favorecidas. O projeto permitiu que atletas viabilizassem seus treinos e a presença no Rio. É uma iniciativa isolada que deveria ser acolhida por marcas não só do universo do esporte, mas aquelas que pensam na transformação do mundo.

https://www.youtube.com/watch?v=KE1myHdqlWM

Entre os patrocinadores oficiais da Rio 2016, a Samsung foi a única marca que abraçou a inclusão de minorias como bandeira. Os demais aproveitam a super vitrine dos jogos para engajar consumidores em torno de experiências, como a Skol, lançar produtos, como a Nissan, ou passar mensagens emocionais de estímulo aos atletas, como a Procter & Gamble. Nada errado, claro. As ativações de marca em grandes eventos são mesmo baseadas em experiências. Mas está aí, saltando aos olhos, uma oportunidade e tanto para marcas de diferentes setores que pensam e puxam para si a bandeira da igualdade de gênero, da inclusão social e, por fim, de transformação do mundo em um lugar melhor.

Cidade de Deus, Deodoro e o legado de Rafaela Silva

Medalha de Ouro no Judô, a brasileira Rafaela Silva nasceu e cresceu na comunidade Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Tema de filme que correu o mundo, a realidade do bairro é, de fato, cinematográfica, ainda mais quando se trata da vida de Rafaela.

Mulher, negra e pobre, ela enfrentou a crueldade racista e preconceituosa das redes sociais quando foi eliminada na Olimpíada de Londres, em 2012. Desabafou no Jornal Nacional, em horário nobre, e em todas as oportunidades de entrevistas que teve nas últimas semanas: “Quando fui chamada de macaca pensei em desistir, mas esta medalha mostra que toda criança deve acreditar no seus sonhos, por mais difíceis que eles pareçam ser”.

A voz de Rafaela foi ouvida, mas sua realidade continua dura – assim como a de muitas crianças que vivem na periferia, e poderiam encontrar, no esporte, força, estímulo e ocupação para um futuro melhor. Nesse sentido, a Rio 2016 escolheu a região de Deodoro para abrigar um dos complexos dos Jogos, com o intuito de deixar como legado para a região importantes obras de mobilidade urbana e instalações esportivas para treinamento de novos atletas.

A caminho de Deodoro, o novo BRT carioca cruza Cidade de Deus, o bairro de Rafaela, e reforça a esperança de que, por ali, passem crianças e adolescentes a caminho dos treinos e do futuro que pode mudar o Brasil. Fazer isso depende de política, que depende de educação que, por sua vez, depende de novo de política. Ou seja, continuamos num ciclo difícil de resolver, mas não impossível.

Há caminhos e soluções que independem dos atuais problemas políticos e econômicos. E eles passam pela disposição e responsabilidade de empresas em promover a transformação que não está escrita em manuais internos, e sim nas histórias que suas marcas poderão contar e compartilhar. Histórias de pessoas. Histórias de um novo País.

Está procurando uma causa para chamar de sua?
Olhe para o esporte. Olhe para as minorias. E ajude a escrever, de verdade, um futuro melhor para o Brasil.


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